Estou líquida
e com sede de mim
preparo tudo pra me olhar
botas, casaco, gorro e óculos escuros
viro a lanterna e aponto ao fundo
engulo as doses de luz
como necessária companheira
esqueço o frio lá fora
a luz queima os papeis perdidos
nas velhas gavetas de mim
estou líquida e com sede
e quando apagar o fogo
e expulsar a fumaça
recolho o que sobrou:
o sólido que controi
um pouco mais
a minha simples realidade
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