3.8.11

O que

O que poderia ter sido percebido
do lado de lá da cama de pregos
algo que se incendeia e não digo
ou o silêncio que esperneia
a fundo, no buraco que não acho
em suas dimensões imensuráveis

bato pelo chão em retirada
enquanto a velha navalha
capina as verdades
na tentativa
de trazer à tona o que se passa
do outro lado do colchão de pregos!

O bandido é choro meigo...
o que mata
é tentar descobrí-lo sem que exista
inventar-se em solo ruim
descobrir-se prisioneira
auto-prisioneira das impossibilidades
das faltas, das mortes,
dos ex-desejos!

O que mata é o não viver-se.

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