10.11.05

As duas mulheres

As duas mulheres se encontram
no interior de um quarto escuro,
onde procuram um eixo, uma mão,
um mesmo pensamento.

Enquanto uma sai à luz,
apronta, enfrenta
e faz o que
pensa que deseja;

a outra, filha da escuridão,
lhe fala de verdades escondidas,
sábias palavras,
que nem sempre causam paz.

Duas vertentes claras:
Clara, tanto quanto a escuridão,
o tato que procura a mão
e a certeza de encontrar
na jura
a possível cura.

Mas Júlia
com seu fervor esquece que,
mesmo sem achar a mão,
o colo, o corpo e o coração
desejam Clara.

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