14.3.06

Ipê-roxo

Estranho instinto
Desbravar matas ocupadas
Por tropas ora adormecidas

Invado lentamente
Como se quisesse evitar o ruído das folhas que me anunciam,
Na tentativa de proteger-me do mal,
Que ronda como se espreitasse todos os meus passos

A mata úmida acolhe-me
Em sua quase noite
De tão profunda

Encaro as corujas que me velam
Sentindo-me segura
Como nos braços de quem me quer

Caminho em direção ao nada
Não temo não saber aonde vai dar a caminhada
Apenas me reprime o fato
De sentir-me escondida do mal
Que nem sei se o é

A noite se aproxima
E o medo não é estar só
Em meio a tantos perigos imagináveis
Temo, sim, estar acompanhada do desconhecido
Que a qualquer momento pode surgir
E arrancar a paz que encontrei
No abraço de um ipê-roxo todo florido!

2 comentários:

Anônimo disse...

Chorei...
ta

Anônimo disse...

Val,
Lindo!
Amei.