17.2.06

Clara e Júlia

Clara não conseguiu conter o riso e as lágrimas. Amava novamente.

Durante o segundo em que esteve com as mãos de Júlia entre as suas, acreditou ser aquele o instante da eternidade. Os olhares se cruzaram, fixaram e adormeceram, por segundos, entrelaçados.

Para a dor de ambas, a história teria ali o seu fim.

Júlia - linda, encantadora - estava com as malas prontas para o incerto. Deixou seu cheiro e um imenso amor com a doce Clara.

As mãos foram caindo; os olhares, com dificuldade, distanciando-se. Restou apenas o movimento da boca de Júlia: eu te amo!
Clara sentia o corpo derreter, como se a vida passasse em câmara lenta.
Viu todos os seus sonhos e desejos desabarem um a um, no momento em que Júlia saiu e a porta fechou.

A vida, dali em diante, seria a longa espera! Down so long.
Só restava o desejo de que na volta tudo fosse possível.

Restava o desejo.
De Clara e Júlia.

(Lia Telles)

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