O descuido

Eleições...é momento de refletir...sempre ouvimos isso....
Como se não precisássemos refletir o tempo inteiro, todos os dias...Refletir sobre o que estamos fazendo, além de só escolher o melhor candidato para governar nosso território. Exercer a cidadania não é só apertar uma série de numerozinhos numa urna eletrônica, exercer a cidadania não é só escolhermos alguém que vá combater da melhor forma o crime e a estupidez, por exemplo. Que vá nos representar nesta "luta". Exercer a cidadania é, antes de tudo, ser o sujeito das ações. Exercer a cidadania é desligar o foda-se, é respeitar um espaço que não é só seu, é de todos, é ver e tratar o mundo com delicadeza, é olhar as pessoas nos olhos, mesmo sem saber de quem se trata. É agradecer, é pedir desculpas por alguma falha, é ceder, é pedir licença, é não invadir, é ouvir e se posicionar sem egoísmo, é não querer tomar o que é do outro, pois a ganância é o câncer da humanidade!!! É saber que o outro existe e tentar ajudar quando lhe for possível. Quando não for, já ajuda quem não atrapalha! De que adianta dizer "Basta!" de violência, se a todo momento a falta de respeito impera...A falta de respeito é uma das piores formas de violência. É na falta de respeito pelo espaço e pelo outro que detonamos o caos em que vivemos.


Segue, então, O Descuido:

Enquanto cabeças malucas,
Confusas ou nulas
Não pensam ou pensam
Que não mudam nada

Milhares de pobres, chacinas
Meninos na rua
Misérias da gente
Misérias da vida

Enquanto que todos os ratos
Maltratos, pingentes
Doentes morrendo
Sem uma assistência

Enganam dizendo que a crise
Não passa de crise
E que o nosso dinheiro
Está valorizado?!

Por que tantos muros escuros
Cegando o povo
Matando a esperança
De quem acredita

Por que que não muda em nada
De voto em voto
De Nando em Nando
O Brasil mais afunda

Tiraram o penso da gente
A tal consciência
Ciência é coisa
De poucos sabidos

Pois mataram a escola, a bola,
A boneca, a pipa,
A infância que é a parte
Melhor dessa vida


E deixam a terra nas mãos
De quem não planta nada
Tratando quem planta
Como vagabundos

E todos os ricos insanos
Que não fazem nada
Fedendo à carniça
Dos mortos de fome

Sentados em suas poltronas
Tomando champagne
Mandando no mundo
Exalando egoísmo

Veja, está tudo errado
A voz da palavra está na sua boca
E parte da ação
No seu coração.